O marinheiro João Cândido entrou para a
história do Brasil ao chefiar a revolta deflagrada dentro da armada
contra o castigo corporal infligido pela chibata.
João Cândido Felisberto nasceu em
Encruzilhada RS, em 1880. Sentou praça na Marinha aos 13 anos. Como
marinheiro de primeira classe seguiu para a Europa, onde assistiu ao
final da construção do encouraçado Minas Gerais. Na viagem inaugural, o
navio foi aos Estados Unidos, de onde seguiu para o Brasil. Em 22 de
novembro de 1910, o castigo de 25 chibatadas, imposto ao marinheiro
Marcelino Rodrigues Meneses, um dos tripulantes do Minas Gerais,
precipitou uma revolta que há muito vinha sendo tramada, pois essa
punição corporal, embora abolida pelo decreto nº 3, de 16 de novembro de
1889, continuava em uso. O comandante do Minas Gerais, João Batista das
Neves, foi morto e os demais oficiais abandonaram o navio.
O movimento, que tomou o nome de
revolta da chibata ou revolta dos marinheiros, estendeu-se a outros
navios que, como o Minas Gerais, sob o comando dos próprios marinheiros,
se deslocaram para uma posição favorável a um possível bombardeio da
cidade do Rio de Janeiro. Após troca de mensagens com as autoridades, os
revoltosos entregaram-se, obtido o compromisso formal do governo de que
seria definitivamente abolido o uso de chibata na Marinha. Dias depois,
em 9 de dezembro, sublevou-se o batalhão naval, aquartelado na ilha das
Cobras. Decretado o estado de sítio e reprimido o levante, que se
estendera ao cruzador Rio Grande do Sul, os chefes da revolta foram
absolvidos por um conselho de guerra. João Cândido, apesar de haver
assumido posição contrária a essa nova revolta, foi acusado de
favorecimento aos amotinados e expulso da Marinha. Morreu no Rio de
Janeiro RJ, em 6 de dezembro de 1969.
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