A revolução que se produziu na
astronomia à época do Renascimento e estabeleceu o Sol como centro do
universo teve três protagonistas: Copérnico, o autor
das hipóteses; Galileu, que as confirmou experimentalmente; e Kepler,
seu mais importante teórico e precursor da teoria da gravitação
universal de Newton.
Johannes Kepler nasceu na cidade alemã de Weil der Stadt em 27 de dezembro de 1571. De origem humilde, teve ampla e esmerada educação,
graças a sua prodigiosa inteligência e ao apoio econômico dos duques de
Württemberg. Graduou-se em astronomia em 1591 pela Universidade de
Tübingen e desistiu de seguir a carreira eclesiástica ao ser nomeado
professor de matemática na cidade austríaca de Graz, três anos depois.
Inspirado nos modelos geométricos gregos e na teoria heliocêntrica de Copérnico, Kepler demonstrou as três leis básicas do movimento
planetário. A primeira afirma que os planetas do sistema solar giram ao
redor do Sol e descrevem órbitas elípticas, aproximadamente circulares.
Pela segunda lei, a velocidade do movimento se adapta à posição do
planeta na curva elíptica de modo uniforme, ainda que não constante. A
terceira lei estabelece uma proporção fixa entre o raio da órbita e o
tempo que o planeta leva para descrevê-la.
Kepler publicou seus cálculos na obra
Prodomus dissertationum mathematicarum continens mysterium
cosmographicum (1596; Primeiras dissertações matemáticas sobre o
mistério do cosmo), da qual enviou um exemplar a Tycho Brahe, matemático
oficial do Sacro Império Romano-Germânico. Tornou-se então seu
assistente e sucedeu-lhe após sua morte, em 1601. De posse da excelente
documentação recolhida por Brahe durante décadas, Kepler aperfeiçoou
seus três princípios e fez notáveis observações referentes à órbita de
Marte, aos fenômenos ópticos da atmosfera e às estrelas distantes.
Após longa permanência em Praga,
Kepler mudou-se, em 1620, para a cidade austríaca de Linz e, graças à
condição de matemático imperial, livrou sua mãe da acusação de bruxaria.
Publicou outras obras, entre elas Harmonices mundi (1619; As harmonias
do mundo) e Tabulae rudolphinae (1627; Tábuas rudolfinas), usados por
mais de um século no cálculo das posições planetárias. Kepler morreu na
cidade alemã de Regensburg, em 15 de novembro de 1630.
Nenhum comentário:
Postar um comentário