Homem de empresas,
economista, pioneiro da industrialização do Brasil, em Arroio Grande
(RS) em 28-12-1813; em Petrópolis em 21-10-1889. De origem humilde,
órfão de pai, tinha 11 anos quando viajou para o Rio de Janeiro na
companhia de um tio comandante de navios. Na Corte, empregou-se como
caixeiro de uma casa de comércio, que faliu em 1830. Passou então a
trabalhar com o importador inglês Ricardo Carruthers, do qual foi
gerente em 1836 e sócio pouco tempo depois. Em 1840 realizou uma viagem à
Inglaterra, a serviço da firma que compartilhava com Carruthers;
contudo, a partir de 1845 aparece quase sempre sozinho, à frente de
ousados empreendimentos na Economia e Viação Brasileira:
datam de 1846 os seus Estaleiros da Ponta da Areia, na Baía da
Guanabara, os primeiros da América do Sul; marco inicial da indústria
naval brasileira, prestaram inestimáveis serviços à Marinha Mercante,
oceânica e fluvial, como à de Guerra: especialmente durante as
campanhas contra Oribe, Rosas e López, os navios e canhões ali
construídos contribuíram para as vitórias então alcançadas.
Introdutor de um novo sistema
de diques flutuantes no porto do Rio de Janeiro e fundador da Companhia
de Rebocadores a Vapor para o Rio Grande do Sul, que tornou menos
inseguras as condições da Barra do Rio Grande, em 1852 organizou a
Companhia de Navegação a Vapor do Amazonas, cujo privilégio de
exploração cedeu quando da abertura do vale à navegação internacional.
No setor de atividades comerciais e bancárias, entre outras coisas
reorganizou, em 1851, o segundo Banco do Brasil, desde logo
transformado pelo governo em banco oficial e emissor.
Já funcionando no Rio de
Janeiro o Banco Mauá & Cia., instalou-o também no Uruguai e na
Inglaterra. Relativamente aos transportes ferroviários, inaugurou, em
1854, a primeira estrada de ferro do Brasil, ligando o Rio de Janeiro a
Petrópolis, prestando também auxílio financeiro a diversas ferrovias
posteriormente iniciadas no país e no estrangeiro, entre as quais a de
Pernambuco ao São Francisco, a D. Pedro II (atualmente Central do
Brasil), a da Bahia ao São Francisco, a de Santos a Jundiaí, a do
Paraná a Mato Grosso, a do Rio Verde em Minas Gerais. No que se refere a
melhoramentos urbanos, também naquele ano de 1854 dotou o Rio de
Janeiro de iluminação a gás; empreitou o primeiro trecho do Canal do
Mangue; colaborou na solução
do problema do abastecimento de água à capital do Império,
fornecendo, pelo seu Estabelecimento de Fundição da Ponta da Areia, os
tubos necessários aos novos encanamentos; e esteve ligado à organização
de empresas de transportes urbanos, devendo-se-lhe a criação do serviço
de bondes à tração animal.
Como último serviço ao país (pois que
o realizou em 1874), facilitou a ligação do Brasil à Europa, pelo
Cabo Submarino, cedendo à companhia inglesa que a efetivou o privilégio
de que era possuidor. Entretanto, não só em nosso pais, mas também no
Uruguai teve a iniciativa de melhoramentos notáveis, dotando Montevidéu
de iluminação a gás, diques, estâncias, curtumes, saladeros. Agraciado
com o título de barão em 1854 e com o de visconde em 1874,
desenvolveu também intensa atividade política como deputado pelo Rio
Grande do Sul nas legislaturas de 1856 (quando esteve no Uruguai em
missão do Governo Brasileiro), 1859-1860, 1861-1864, 1864-1866 e
1872-1875; contudo, em 1873 abandonou a política, renunciando ao
mandato, para atender aos seus negócios particulares, seriamente
ameaçados desde 1864, quando se instalara aguda crise bancária no país.
Falido em 1875, apresentou minuciosa Exposição aos Credores de Maná
& Cia., publicada em 1878 e da qual se fez uma nova edição em 1942,
com o titulo de Autobiografia ("Exposição aos credores e ao público"),
prefaciada por Cláudio Ganns, prefácio que constitui excelente estudo
biográfico, completando a importante obra. Já então muito doente (era
diabético), passou os anos restantes de sua vida empenhado no pagamento
de dívidas vultosas, que saldou completamente pouco antes de morrer.
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