As idéias do jurista
holandês Hugo Grotius, considerado fundador do direito internacional,
exerceram notável influência sobre o pensamento racionalista e
iluminista do século XVII.
Hugo Grotius (Huigh de Groot) nasceu em Delft, Países Baixos, em 10 de abril de 1583. Formou-se aos 15 anos pela Universidade
de Leyden e, em 1598, editou a enciclopédia de Marciano Capela. Nesse
mesmo ano acompanhou o estadista holandês Johan van Oldenbarnevelt à
França, onde foi recebido como prodígio. Nomeado em 1599 advogado no
Tribunal de Haia, em 1607 tornou-se advogado fiscal da província da
Holanda e em 1613 pensionário (espécie de governador)
de Rotterdam. Durante esse período firmou-se como poeta, dramaturgo e
historiador. A partir de 1610, ao lado de Oldenbarnevelt, passou a
defender a doutrina do bispo Arminius, oposta ao dogma calvinista da
predestinação, o que despertou o ódio da casa reinante, protetora dos
calvinistas. Oldenbarnevelt foi executado e Grotius fugiu, em 1621, para
Paris, onde foi bem recebido por Luís XIII e pelo cardeal Richelieu.
Continuou a produzir muitos trabalhos,
como De veritate religionis christianae (1622; Sobre a verdade da
religião cristã); e De jure belli ac pacis (1625; Sobre o direito de
guerra e de paz), sua obra mais importante. Nela afirma que as relações
entre os países deviam fundar-se em sua independência e igualdade.
Desenvolveu, ainda, a doutrina da guerra justa, como meio de obter
reparação quando não existissem tribunais competentes para resolver os
litígios. Escreveu sobre o Antigo e o Novo Testamento, os costumes
belgas e a história dos bárbaros. Em 1634 a rainha Cristina designou-o
embaixador da Suécia em Paris, posto que conservou até a morte.
Traduziu Teócrito e Sêneca e escreveu
para sua tradução de Eurípides relevante prefácio sobre a tragédia
grega. Como teólogo, esforçou-se por aproximar as diversas confissões
cristãs, pondo em evidência os elementos racionais comuns. Grotius
morreu num naufrágio perto de Rostock, Alemanha, em 28 de agosto de
1645.
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