Erudito egípcio
morreu entre 2980 – 2950 a.C.
Imotep (ou Imhotep) é notável por haver sido o primeiro exemplo histórico, conhecido pelo nome, daquilo que hoje entendemos por cientista. E nenhum outro se conhece ao longo dos dois séculos que se lhe seguiram.
O único e indiscutível feito
que a ele se atribuiu é o de haver sido o arquiteto da “pirâmide dos
degraus”, situadas nas proximidades da antiga Mênfis (atual
cidade de Sacará), no Egito. É esta a mais antiga das pirâmides
egípcias, e se de fato Imotep a erigiu, cabe reconhecer-lhe o mérito
literal de primeiro monumentalista.
A vida de Imotep está
pontilhada de muitos outros feitos, e as histórias a esse respeito
certamente não diminuem o que contam as narrativas das gerações
passadas. Na maior parte delas, é ele lembrado por seus poderes de cura,
que as lendas eventualmente elevam à categoria de mágica. De fato,
durante os tempos ptolomaicos, chegou ele a ser divinizado como o filho
do grande deus Ptah e como o próprio deus da medicina. Seu túmulo em
Sacará converteu-se em santuário, ao qual o povo afluía em busca de cura
para seus males, da mesma forma como o faz hoje em dia a Lourdes.
Supõem-se que pertençam a esse santuário ruínas descobertas em 1965.
Nosso primeiro cientista é, como se vê, único em seu gênero, uma vez que
de cientistas passou a deus.
Os gregos identificaram Imotep (a
quem chamava Imouthes) a Asclépio, o seu próprio deus da medicina, e a
tradição lendária a ele pertinente pode também Ter influenciado as
narrativas míticas sobre Dédalo, que, se não chegou a construir uma
pirâmide, supõe-se ao menos Ter construído o labirinto de Creta.
Alguns manuscritos antigos falam de
Imotep como responsável por haver aconselhado a Zoser (o faraó para quem
a pirâmide dos degraus fora construída) um meio de apaziguar os deuses
depois de uma série de sete malogros consecutivos de inundações do Nilo,
que teriam coincidido com sete anos de fome. Poderá isto Ter
influenciado os últimos hebreus quando da elaboração de suas lendas sobre José?
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