domingo, 18 de setembro de 2011

Charles Darwin

Introdução

Naturalista britânico inicia estudos de Medicina e de Teologia, mas em 1831, aprende bastante de Botânica, Entomologia e Geologia, é recomendado para uma expedição científica a bordo do Beagle. À volta ao mundo do Beagle dura cinco anos, durante os quais Darwin forma a sua coleção de naturalista, acumula observações práticas e modifica os postulados teóricos básicos da ciência biológica da época. Aos 27 anos, de regresso a Inglaterra, decide dedicar a sua vida à ciência. Em 1842, com a herança paterna, retira-se para uma casa no campo, onde vive consagrado ao estudo até a morte.  

No estudo A Origem das Espécies formula a teoria da evolução dos seres vivos mediante uma seleção natural que favorece nos indivíduos variações úteis na luta pela existência; estas variações transmitem-se, reforçadas, aos descendentes.  

Charles Darwin formula a doutrina evolucionista, segundo a qual as espécies procedem umas das outras por evolução. Em virtude da seleção natural sobrevivem os indivíduos e as espécies melhor adaptados. Estas idéias revolucionam as concepções biológicas da sua época.  

A esta obra segue-se A Origem do Homem, em que aprofunda a sua teoria sobre a descendência do homem e do macaco de um antepassado comum. Por formular estas idéias vê-se violentamente combatido pelas mais diversas correntes religiosas, que vêm no homem a imagem de Deus. Consequentemente, em redor do pensamento de Darwin cristalizam as polemicas vitorianas sobre a natureza social, metafísica e fisiológica do homem.  

O impacto desta obra é imediato e sensacional. O público culto já está introduzido na concepção da evolução, mas o fato de um cientista respeitado contribuir com tal quantidade de evidências para provar esta idéia revolucionária convence um grande número de cientistas importantes, de modo que, por muitos oponentes que tenha, a opinião geral torna-se favorável.  

Darwin tem uma influência decisiva sobre a literatura da segunda metade do século XIX e contribui involuntariamente para o advento do naturalismo literário.

 
Charles Darwin


Charles Robert Darwin foi um importante naturalista inglês que viveu no século XIX. Ele é lembrado por ter formulado a teoria da evolução, que explica como as diferentes espécies de animais se desenvolveram ao longo do tempo. Darwin nasceu no Reino Unido, em 12 de fevereiro de 1809. Foi estudar medicina em 1825, mas abandonou a carreira, voltando-se para as ciências naturais. Em 1831 iniciou uma viagem a bordo do Beagle ao redor do mundo, promovida pelo corpo de almirantes britânico, um pequeno navio de exploração científica. Darwin chegou à costa do Brasil, seguindo para a Patagônia, ilhas Malvinas, Terra do Fogo, ilhas Galápagos, Nova Zelândia, Austrália, Tasmânia, Maldivas e toda a costa ocidental da América do Sul, do Chile ao Peru. Darwin colecionou fósseis e observou várias espécies animais e vegetais, além de fenômenos geológicos como erupções vulcânicas e terremotos

Após a chegada do Beagle a Inglaterra, o trabalho de Darwin como naturalista tinha de ser terminado. Para isso, instalou-se em Londres, onde editou dois livros: um livro que descrevia o trabalho zoológico durante a viagem e outro que era o seu diário de bordo.

Pouco tempo depois do seu casamento com Emma Wedgwood, a família mudou-se para a aldeia de Down no Sudeste da Inglaterra. Foi aqui que desenvolveu a teoria que o tornaria famoso e que iria revolucionar o pensamento. Darwin permaneceu nesta casa o resto da vida rodeado apenas pela família e alguns amigos   mais íntimos.

 Todas as informações recolhidas durante a viagem e os relatórios que os seus colegas prepararam (baseados nas espécies enviadas por Darwin) alertaram-no para algumas questões.

As tartarugas das Galápagos eram suficientemente parecidas para terem uma origem comum, mas pertenciam a 7 espécies diferentes, e cada espécie vivia numa só ilha. Um fenômeno semelhante acontecia com os tentilhões (aves). Darwin concluiu que as ilhas tinham sido povoadas a partir do continente e que as características de cada ilha tinham condicionado a evolução das espécies, levando assim à sua diferenciação. Esta conclusão levou Darwin a juntar-se à corrente evolucionista, já defendida por outros como Lamarck.

Segundo Lamarck, todas as espécies tinham evoluído a partir de outras espécies ancestrais. E as novas características adquiridas pelos seres vivos deviam-se à necessidade de adaptação ao meio que os rodeava. Sendo assim, se um órgão ou função de um ser vivo fosse muito utilizado, este tornava-se mais forte, mais vigoroso e de maior tamanho. Mas se um órgão ou função não fosse utilizado, atrofiava e acabaria por desaparecer. Estas características eram, por sua vez, transmitidas às gerações seguintes. A adaptação era progressiva e caminhava para a perfeita interação com os fatores ambientais. Desta forma, Lamarck explicava o tamanho do pescoço das girafas ou dos flamingos.

Darwin veio modificar a teoria de Lamarck tornando-a mais verdadeira. Segundo esta teoria, o número de indivíduos de uma espécie não se altera muito de geração em geração, pois uma boa parte dos indivíduos de uma geração é naturalmente eliminada, devido à luta pela sobrevivência. Assim, os indivíduos que sobrevivem são os mais aptos e melhor adaptados ao meio ambiente, os outros são eliminados progressivamente. O resultado desta luta é uma seleção natural que ocorre na natureza, privilegiando os melhores dotados relativamente a determinadas condições ambientais. Como as formas mais favorecidas têm uma maior taxa de reprodução em relação às menos favorecidas, vão-se introduzindo pequenas variações na espécie que a longo prazo levam ao aparecimento de uma nova espécie. Como os mecanismos hereditários ainda não eram conhecidos, Darwin não conseguiu explicar como surgiam as variações dentro das espécies, nem como eram transmitidas às descendências.

Tamanha foi a força das revelações de Darwin sobre a origem e a transformação do mundo animal, das plantas e, em especial, da humanidade, que quase ninguém consegue ter uma visão muito clara hoje em dia de como se pensavam essas coisas antes dele. Poucas revoluções tiveram esse poder. A prova de que a Terra é redonda é uma delas. Parece natural hoje em dia nos vermos habitando uma esfera que gira sobre o próprio eixo e em torno do Sol. Mas por milênios se acreditou em uma Terra plana como um campo de futebol sustentada pelos ombros fortes de um titã que se apóia sobre os cascos de tartarugas. A evolução lenta das espécies ao longo das eras formando linhagens que desembocam nos atuais seres vivos. Isso é o Darwin. Antes dele acreditava-se na versão religiosa segundo a qual por volta do ano 4004 a.C., de uma só tacada, Deus criou o homem, a mulher e os demais seres vivos exatamente como eles são agora. Essa visão pré-darwinista, que só sobrevive dentro dos círculos religiosos, tem conseguido ultimamente uma projeção assustadora. À luz desse retrocesso, relembrar as conquistas de Darwin torna-se um imperativo. 

Quando Darwin lançou A Origem das Espécies, em 1859, o primeiro de seus livros que explicam a teoria da evolução, cientistas e intelectuais de todos os matizes foram obrigados a se posicionar diante dos argumentos do naturalista. Apesar do rigor científico das pesquisas que conduzira, suas conclusões ofendiam a todos. Conceitos arraigados havia séculos na biologia, como o de que as espécies não mudam ao longo do tempo, caíram por terra diante dos argumentos de Darwin. A criação do mundo como descrita na Bíblia foi desmontada. Entre todas as suas propostas, a mais difícil de engolir por seus contemporâneos foi a de que o homem não é um animal superior a todos os outros e tem ancestrais em comum com os macacos. "A publicação de A Origem das Espécies destituiu a vida humana de qualquer superioridade em relação aos animais, enterrou o conceito de divindade e pôs fim a milhares de anos de irracionalidade na comunidade científica e em parte da sociedade.”       Os ataques às idéias de Darwin prosseguiram por todo o século XX. O naturalista foi acusado de solapar os valores tradicionais da sociedade e de defender o determinismo genético. Os sociólogos o criticavam por reduzir a complexidade social ao resultado de ações individuais, instintivas e egoístas.

 Depois de quase 150 anos da publicação de A Origem das Espécies, a vitória das idéias de Darwin é inequívoca. Entre os grandes nomes que revolucionaram a maneira de pensar, como Karl Marx e Sigmund Freud, Darwin é o único cujas idéias ainda servem de base sólida para avanços extraordinários do conhecimento.

As idéias de Darwin, aperfeiçoadas por seus discípulos ao longo de 150 anos, são hoje um consenso entre os biólogos. Mas continuam a incomodar o pensamento religioso. Muitas descobertas da ciência no último século, como o surgimento do universo através da explosão primordial, o Big Bang, de alguma maneira se acomodaram em meio aos dogmas da fé. No caso da gênese humana, é diferente. A teoria de que todas as formas de vida nasceram da "sopa primeva" e evoluíram ao longo dos milênios se choca frontalmente com o maior dos dogmas, o que reza que o homem é a criação suprema de Deus e foi feito à sua semelhança. Neste início do século XXI, em que se observa uma busca intensa pela espiritualidade e pelo misticismo como antídoto às atribulações da vida moderna, a ira das religiões contra Darwin tem se acirrado.

Hoje, suas idéias são mais aceitas, e seus livros são uma referência entre pesquisadores do mundo inteiro. Darwin morreu de um ataque cardíaco em 19 de abril de 1882, tendo dedicado toda a sua vida à ciência.


Conclusão

Assim, a teoria da evolução das espécies baseia-se nestes conceitos: origem da vida; provas de evolução a partir de campos biológicos diversos (semelhanças quanto à forma, embriológicas, bioquímicas ou achados paleontológicos); fatores de evolução: herança (que conserva os caracteres), variabilidade (mutação, recombinação de genes), seleção natural (o meio atua sobre as variações, com os mais fortes a imporem-se aos mais fracos) e isolamento.

O evolucionismo rapidamente se expande para além das ciências da vida a outras áreas do conhecimento, universalizando-se e adaptando-se aos seus princípios científicos. Na filosofia, é entendido como lei geral dos seres comum a toda a espécie de existência, em geral ou em particular; na antropologia e na sociologia, está por detrás da concepção de que o desenvolvimento das sociedades e das instituições seguiu uma certa orientação através de etapas vencidas por meio de leis demonstráveis (Comte.); atinge também a política e a história. Abre, pois, novas perspectivas e considerações em variadíssimos ramos do saber, mantendo as suas questões tradicionais grandes e aceso debate a nível filosófico.

No mundo de hoje, o evolucionismo surge como uma doutrina extraordinariamente atual e dotada de argumentos capazes de criar rupturas com o tradicionalismo e as convenções clássicas, conduzindo o Homem a uma reabordagem constante da sua própria evolução biológica. O universo e a vida, em todas as suas manifestações, e a natureza nos seus múltiplos aspectos são cada vez mais entendidos como resultado do desenvolvimento, por oposição às idéias religiosas da criação inicial. O evolucionismo pressupõe serem mais plausíveis a mudança, o desenvolvimento e a adaptação como mecanismos de explicação do conjunto dos organismos vivos.

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